Steve Phelps falou exclusivamente ao Motorsport.com sobre sua recente visita ao Brasil, o programa de desenvolvimento de pilotos e a possibilidade de uma corrida em São Paulo.
Em 15 de junho, a NASCAR fará história. Pela primeira vez na era moderna da Cup Series, uma corrida por pontos acontecerá fora das fronteiras dos Estados Unidos, rumo ao Autódromo Hermanos Rodríguez, na Cidade do México.
Recentemente, o comissário da NASCAR, Steve Phelps, veio ao Brasil durante a etapa da NASCAR Brasil em Interlagos, em seu primeiro compromisso “internacional” após a promoção.
Durante o fim de semana da corrida Coca-Cola 600, a equipe do Motorsport.com esteve presente para o evento mais importante e foi recebida pelo Comissário Phelps e também por Chad Seigler, Diretor Internacional e Vice-Presidente da NASCAR. Phelps comentou sobre a recente visita ao Brasil e as chances do país de imitar o que a NASCAR está fazendo com uma corrida da Cup no México este ano.
Questionado sobre as chances do Brasil, Phelps não hesitou em responder: “Não sei quando chegaremos ao Brasil”, admitiu. “Gostaria que isso acontecesse. Obviamente, precisamos que todas as partes se unam e entendam a importância disso para a NASCAR em geral e para a categoria. Mas, pessoalmente, eu ficaria muito animado com isso.”
Houve conversas anteriores para levar o “The Clash” para o Brasil, mas elas nunca avançaram e a corrida permanecerá no Estádio Bowman Gray em 2026. Phelps também está ansioso pelo evento mexicano que acontecerá no final deste mês, que será a primeira vez que a Cup Series será realizada no México.Estou animado. É a primeira vez que levamos a Cup Series na era moderna para fora das nossas fronteiras. É um grande palco para nós e precisamos garantir que cheguemos lá. Acho que os fãs mexicanos virão, nos apoiarão e acho que será um grande espetáculo. Nossos pilotos vão adorar o circuito e, quem sabe, possamos, em algum momento, trazer nossos pilotos ao Brasil para uma corrida em São Paulo.
A possibilidade de uma corrida da Cup Series no Brasil ainda existe, mas e quanto aos talentos brasileiros vindo para os Estados Unidos – e vice-versa? A NASCAR já conta com dois pilotos internacionais da Cup, graças à Trackhouse Racing.
NASCAR Brasil
“Temos um motorista que é do México, Daniel Suárez, e isso é uma grande vitória para nós. Não por meio do nosso programa de desenvolvimento de pilotos, (mas) também temos Shane Van Gisbergen da Nova Zelândia (que) costumava correr na Austrália. Gostaríamos de ter pilotos do mundo todo correndo conosco, em nossas três categorias nacionais, mas em particular na nossa categoria principal, como o que Daniel e SVG estão fazendo.”
Gostaríamos de ter um brasileiro vindo da NASCAR Brasil, correndo conosco em tempo integral e, sabe, competindo por vitórias e campeonatos. Então, estamos animados com essa perspectiva. Fiquei muito impressionado com a quantidade de pilotos que vi, com a velocidade e as habilidades deles, e estamos animados com a possibilidade de isso acontecer no futuro.
Seigler também comentou sobre o status atual da NASCAR Brasil e o otimismo dos dirigentes da categoria em relação à categoria brasileira.
“Pessoalmente, acho que estamos superando as expectativas de onde pensávamos que estaríamos”, disse Seigler. “Dava para ver a torcida no último fim de semana em Interlagos, a empolgação. Dava para ouvir a empolgação esta semana quando as ultrapassagens foram feitas. Dá para ver que a torcida está se acostumando com o nosso estilo de corrida.”
Ainda sobre as chances de um piloto brasileiro competir nos Estados Unidos, Seigler fez questão de relembrar o feito recente de Gabriel Casagrande, que venceu uma corrida em New Smyrna em sua primeira experiência em um oval americano e com um Late Model. Casagrande também é tricampeão da Stock Car Brasil, tendo conquistado três dos últimos quatro títulos.
“Eu vi o que o Gabriel fez quando ele veio para a Flórida algumas semanas atrás. Ele realmente mostrou o talento dos pilotos brasileiros. É um cara que nunca esteve em um circuito oval, nunca esteve em um Late Model. Ele veio para os Estados Unidos, foi rápido nos treinos, venceu uma corrida e isso é uma das coisas do Brasil que nos chama a atenção.”
Conhecemos a história dos pilotos e o seu desenvolvimento, e acho que onde vemos isso, há uma grande oportunidade, e sei que muita gente fala sobre o que fizemos no México com Daniel Suárez. Quando pudermos fazer algo assim no Brasil, isso nos ajudará.
“Será uma via de mão dupla. Primeiro, ajudará a tornar a categoria no Brasil ainda mais popular para pilotos que, se quiserem, podem enxergar o caminho para os EUA. E, por fim, também fará com que o torcedor brasileiro tenha alguém para torcer nos Estados Unidos. Portanto, a parte de desenvolvimento dos pilotos é crucial para nós no futuro”, concluiu.
O ex-piloto de F1 Nelson Piquet Jr. é o único brasileiro a vencer nos três níveis nacionais da NASCAR, vencendo uma vez na Xfinity Series e duas na Truck Series. Este ano, o tetracampeão da Indy 500 Hélio Castroneves estreou na Copa nas 500 Milhas de Daytona, mas sua noite terminou com um acidente precoce. Ele é o único piloto brasileiro a ter disputado uma corrida em qualquer um dos três níveis nacionais este ano.
Fonte: Motorsport.com Brasil
