
O candidato presidencial da FIA, Tim Mayer, diz que espera uma luta difícil com o titular Mohammed Ben Sulayem este ano, mas “não pretendo cair na sarjeta”.
Mayer anunciou oficialmente sua campanha na manhã de sexta-feira, em uma coletiva de imprensa em Silverstone, antes do Grande Prêmio da Grã-Bretanha, tornando-se o primeiro oponente de Ben Sulayem a confirmar sua candidatura antes das eleições de dezembro. Após ter dito à Chris Medland, da revista Racer, que o processo eleitoral para novos candidatos está agora “consideravelmente mais difícil, deliberadamente”, ele afirmou na coletiva que acredita que a campanha pode ser respeitosa entre os dois.
“Bem, não espero que Mohammed desista”, disse Mayer. “Será uma luta acirrada. Será uma luta difícil. Não pretendo me afundar. Pretendo simplesmente dizer a verdade.”
Acho que se trata de uma questão política. Para mim, não se trata de personalidades. Conheço Mohammed há muito tempo. Tenho respeito por ele como chefe de uma ASN que tem um automobilismo genuinamente desenvolvido em seu país. Então, dessa perspectiva, acho que podemos fazer isso com respeito.
Mas também faço isso há 34 anos. Já subi em uma torre de andaime e apitava uma corrida de rallycross com um binóculo e um rádio. Então, eu estava na base. Também estive na sala dos comissários de Fórmula 1 aqui. Então, vi toda a gama de coisas. E gerenciei corridas no Brasil, onde eu mesmo estava instalando cabos à meia-noite.
Mas, por outro lado, também estou no Conselho Mundial de Automobilismo há 16 anos. Então, já vi tudo isso. E o que eu acho é que posso trazer uma liderança com experiência, com conhecimento, na qual as pessoas podem confiar, e elas sabem que sou confiável.
Uma das mudanças no estatuto permite que o comitê de nomeações – que se reporta a Ben Sulayem – analise qualquer candidato e potencialmente o impeça de concorrer caso sinta que há algo em seu passado que possa questionar sua integridade profissional. Mayer afirma que a história de seu pai não é algo que o preocupe nesse aspecto, já que ele foi cofundador e diretor de equipe da McLaren há mais de 40 anos.
Sou comissário de Fórmula 1 desde 2009. Todo mundo no paddock sabe que meu pai [Teddy Mayer] fundou a McLaren Racing em 1963. Ele a vendeu em 1982. Eu tinha 16 anos na época. Nunca trabalhei para a McLaren, nunca tive um relacionamento com a McLaren, exceto pelo fato de certamente apertar a mão do Zak [Brown] no paddock. Mas ninguém realmente se importou com a minha associação histórica com a McLaren.
E, a propósito, na minha biografia, que é publicada na mídia toda semana quando sou comissário, a primeira linha sempre diz: ‘Tim Mayer, filho de Teddy Mayer, blá, blá, blá’. Então, todas as equipes sabem. Todas as equipes sabiam, e ninguém jamais se opôs.
Vou contar o momento de maior orgulho da minha carreira como árbitro. Na época, meu pai comandava a Penske Racing, e eu o penalizei em Motegi, no Japão, por uma infração de pit stop que ele cometeu com Paul Tracy. Eles apelaram da penalidade. Entramos com o processo de apelação e eu ganhei. Ele disse: ‘Tim, a situação mudou.'”
Mayer está concorrendo em um momento em que a F1 vem desfrutando de crescente popularidade nos Estados Unidos ao longo dos anos, mas como a votação está entre os clubes membros da FIA em todo o mundo, ele diz que é sua experiência internacional que o torna um candidato tão forte, e não suas raízes americanas.
Tenho muito orgulho de ser americano. Feliz Quatro de Julho, aliás – a data é coincidência, este não é o Dia da Independência para ninguém!
“Acho que recebi uma oportunidade incrível na minha carreira. Através do automobilismo americano, fui lançado a uma posição global que me permitiu viajar pelo mundo, conhecer as pessoas que correm em Singapura, na China, no Japão e trabalhar com todas essas áreas, na Ásia e na América do Sul. Fui produtor de TV no Brasil por seis anos. Então, estive em todos esses lugares diferentes – Argentina – e trabalhei com todas essas pessoas.
Então, o presidente da FIA é o presidente de uma organização mundial. Por que eles deveriam confiar em mim? Bem, porque eu tenho experiência. Isso porque, como americano, tive a oportunidade de fazer isso. Agora, o trabalho é dar essa oportunidade a pessoas do mundo todo.