Toyota Prius e os híbridos

by Plinio Calenzo
Fonte: Webmotors

Com certeza, uma das maiores demandas dos inscritos do canal é para que se aborde, cada vez mais, questões técnicas dos carros. Tentamos atender ao maior número de pedidos possível, por mais “estranhos” que eles possam parecer. Um dos mais insistentes e estranhos é para que falemos do Toyota Prius.

Parece que postergamos falar do Prius por tempo demais, afinal, o Canal Soler sempre fala o que pensa, mesmo quando é necessário afrontar alguma montadora. Acontece que, eu não tenho boas opiniões a respeito do Prius e escrever sobre um assunto que não apaixona é sempre um desafio maior. Porém, agora os pedidos para falarmos do carro são acompanhados por uma crescente demanda por informação sobre o funcionamento dos híbridos e – por sugestão de um grande amigo, Steve Landsman – falaremos dos dois.

O Prius pegou carona na onda ecológica que ganhou notoriedade mundial na década de 1990, ele possui uma plataforma híbrida, ou seja, movida a gasolina e um motor elétrico. Ele não é um carro 100% elétrico e ainda depende de combustível fóssil. Contudo, como parte da energia queimada da gasolina se transforma em energia cinética que será armazenada no banco de baterias do Prius, esse carro consegue ter uma maior eficiência energética do que os demais que usam apenas motor a combustão. Prova dessa eficiência é que em 2010 o carro ganhou o prêmio de veículo mais econômico do mercado Norte Americano, concedido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA).

É necessário reconhecer os méritos do Prius – vendido em mais de 90 países, é um carro popular principalmente nos Estados Unidos e no Japão. Além disso, quando falamos de híbridos, o Prius é, sem dúvida, o de maior sucesso no mundo e detém cerca de 60% do volume total de venda dos carros híbridos no mundo. Sua primeira geração surgiu no Japão em 1997, mas somente em 2001 foi lançada no mercado mundial, a segunda, terceira e quarta gerações foram lançadas respectivamente em 2005, 2009 e 2015/2016 (o modelo foi lançado antes no Japão).

Prius primeira geração – 1997

Prius segunda geração – 2005

Prius terceira geração – 2009

Prius quarta geração – 2015 Japão /2016 EUA

Fonte: wikipedia.org

O seu motor a gasolina 1.8 litros que produz 122HP e peso de 1.375Kg, câmbio CVT deixa o bólido no mínimo chato de ser guiado, com o ponto positivo de quando em funcionamento 100% elétrico ser extremamente silencioso.

Os principais números do Prius são:

  • 0 a 100 km/h em cerca de 11 segundos;
  • Velocidade Máxima de 165 km/h;
  • Seu porta-malas é razoavelmente grande, com 442 litros;
  •  Até 50 km/h no modo EV ele utiliza apenas o motor elétrico

Entretanto, a autonomia no modo elétrico é bastante limitada e quando a carga das baterias chega a cerca de 50% da capacidade, o motor a combustão é acionado automaticamente.

Fonte: .consumerreports.

Beleza ou versatilidade não são as qualidades do Prius, as pessoas que escolhem esse carro estão pensando na economia de combustível e no controle de emissões de gases, em alguns países existem incentivos fiscais para a compra de carros híbridos, dessa forma a economia de combustível soma-se a economia na aquisição do veículo, tornando o Prius um carro muito vantajoso financeiramente.

A Toyota realmente usou o Prius como uma plataforma de ensaios para os carros híbridos. No início da produção, cada veículo era fabricado por US$32 mil e era vendido por US$16 mil, o carro era uma verdadeira barganha. A empresa precisava entender as consequências de usar um veículo híbrido e ganhar experiência em uma tecnologia que não era usual para automóveis, o Prius acabou abrindo caminho para outros híbridos como o Corolla, também da Toyota.

Corola hibrido Fonte: car.blog.br

Da história:

No dia 29 de janeiro de 1886, quando Karl Benz colocou sua patente (DRP37435) de uma carruagem sem cavalos, movida com um pequeno motor de combustão interna, ele sem dúvida não previa que estaria alterando a geografia do mundo moderno. Contudo, ninguém podia prever a disseminação tamanha do motor à combustão interna, visto que ele, a princípio, não foi uma unanimidade adotada pelas montadoras de veículos, existiram vários outros projetos bem sucedidos, como carros movido a vapor (que inclusive por muito tempo eram mais velozes do que os carros que tinham motores a combustão interna), os carros movido a energia elétrica com sistemas de baterias, tudo isso no final do século XIX e início do século XX.

Carro movido a vapor início do século XX Fonte: wikipedia

O sistema de propulsão elétrico não é novidade, o que os híbridos trazem, na verdade, é o sistema que mescla dois tipos de propulsão, isso foi possível com o advento dos computadores e a evolução da engenharia mecânica, que conseguiu explorar ao máximo o potencial dos dois tipos de propulsão (combustão + elétrica) no mesmo veículo, fazendo com que o conjunto fosse mais eficiente (menos consumo de combustível e menos emissão de gases). Pouco tempo depois, a indústria percebeu a possibilidade de, não apenas economizar combustível, como também dar mais potência aos esportivos, esse fenômeno foi responsável pelo surgimento de híbridos muito empolgantes como o BMW I8 ou a própria Ferrari “La Ferrari” que usa um poderoso motor a gasolina V12 de 6.3 litros com 800CV de potência associado a um motor elétrico KERS de 163CV, o que leva a potência total do supercarro a 963CV.

La Ferrari Fonte: .aquelamaquina.

O sistema híbrido tanto pode ser usado para economizar combustível como para otimizar a potência do carro, dando um fôlego extra na geração de emoções para quem dirige.

Várias montadoras estão se rendendo aos híbridos, a General Motors anunciou há pouco tempo que a sua nova Corvette de motor central C8 na versão mais apimentada ZR-1, terá um motor V8 associado a um motor elétrico que somados ultrapassarão 900CV.

Corvette ZR-1 (montagem) Fonte: revistaautoesporte.

Dessa forma, dizer que os híbridos não são o futuro é uma declaração correta, porque os híbridos já fazem parte do nosso presente, tanto em carros populares, em sedans de luxo e nos superesportivos.

E você, pretende se render aos híbridos?        

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