por Gildo Pires.
O ano de 2023 vai terminando com tristeza para o automobilismo brasileiro e mundial.
Morreu nesta sexta-feira, o piloto Gil de Ferran, aos 56 anos.
A informação foi confirmada pelo Indycast Brasil após nosso comentarista Gildo Pires, também jornalista, ter percebido uma movimentação incomum nos bastidores do automobilismo. Em seguida, uma nota do jornalista Ely Carvalho, confirmada logo a seguir, dava a dimensão do impacto da perda desse grande personagem do esporte.
Conforme a chegada de novas informações, soubemos que Gil estava pilotando no circuito de “The Concours Club”, na Flórida, quando se sentiu mal ao volante. Com o seu filho ao lado, ele conseguiu parar o carro e foi prontamente atendido no local, sendo transportado ao hospital ainda com vida, mas não resistiu.
De Ferran vinha atuando como consultor da McLaren na Fórmula 1, promovendo a reestruturação da equipe.
Gil de Ferran teve uma carreira de sucesso no automobilismo. esse piloto “raiz” nasceu na França e veio para o Brasil bem pequenino. Seu pai, Luc de Ferran, era engenheiro mecânico na Ford.
No Brasil, começou sua carreira na década de 1970 no kart.
Inspirado por Emerson Fittipaldi, na década de ’80, foi para a Europa, onde competiu na Fórmula 3 Britânica e a Fórmula 3000 e Internacional.
Sua performance na F-Internacional o levou a fazer um teste na Arrows na F1.
Em 1994, fez um teste na CART. Sua performance impressionou, garantindo sua estreia na categoria e conquistando sua primeira vitória em Laguna Seca.
Em 1997, no seu primeiro ano na Walker Racing, foi vice-campeão.
Em 2002, de Ferran foi para Penske, terminando na terceira posição.
Em 2003, venceu as 500 Milhas de Indianápolis, com Helio Castroneves em segundo e Tony Kanaan em terceiro. Ele terminou o ano como vice-campeão.
Após se aposentar da Indy, voltou para a F1, como diretor esportivo da equipe BAR, onde ficou até o meio de 2007.
Com sua saída da BAR, retornou às pistas em 2008, na equipe De Ferran Motorsports, na American Le Mans Series e logo conseguiu bons resultados na classe LMP2, com três pódios em oito provas.
No ano seguinte, a Honda os escolheram para ser a equipe oficial de desenvolvimento da Acura na LMP1. Com cinco vitórias e mais dois segundos lugares nas dez etapas de 2009, foi vice-campeão. Logo em seguida, anunciava sua aposentadoria definitiva das pistas.
Como “cartola”, De Ferran retornou à Indy em 2010. A “De Ferran Dragon Racing” disputou a temporada mas fechou as portas no final do ano, devido à falta de patrocínios.
Em 2018, foi contratado pela McLaren como diretor esportivo (no lugar de Éric Boullier), contribuindo até o começo de 2021.
No início de 2023, volta para a McLaren como consultor.
Gil de Ferran deixa sua esposa, Angela, e os filhos Anna e Luke.
Aplausos para esse grande astro das pistas.