Países de todo globo estão se mobilizando para avançar na corrida pela transição energética. Um deles é a China, que tem buscado estratégias bem pensadas, como adotar uma taxonomia clara sobre o que é considerado atividade verde, incentivar diversos tipos de financiamentos verdes e aplicar regras rigorosas. Será que o Brasil segue o mesmo caminho?
Para Luiza Demôro, da BloombergNEF, o Brasil é a “menina de ouro” da transição energética, pois tem o potencial de liderar os mercados de energia limpa, hidrogênio, combustível de aviação, biocombustível, mercado de carbono e biodiversidade. A executiva parece ter razão, visto que, conforme dados de vários estudos, o Brasil está na mira de investidores e grandes players do mercado voltados para a transição energética. Outros fatores que colocam o país no centro dessa questão é o fato dele estar entre os 20 melhores países para a transição energética, conforme relatório do Fórum Econômico Mundial.
Apesar desse cenário otimista, os desafios são inúmeros e precisam ser enfrentados, caso o país queira se destacar como líder global na produção de energias limpas. É preciso investir na diversificação das fontes de energia e promover melhorias significativas em infraestrutura, regulação, inovação tecnológica e captação de investimentos. De fato, segundo análise do BloombergNEF (BNEF), para que o Brasil firme sua jornada de emissões líquidas zero até 2050, será preciso investir mais de US$ 1,3 trilhão em fornecimento de energia com baixa emissão de carbono, a contar do ano de 2024.
Especialistas discutiram essa mesma questão no Fórum Estadão Think e concluíram que o Brasil necessita estar presente em fóruns internacionais, onde os debates atuais estão sendo realizados. Sobre sua política interna para a transição energética, Fabricio Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, acredita que é preciso acelerar prontamente certas demandas. “Existe uma grande oportunidade de olharmos para a transição energética como uma grande janela de desenvolvimento para o Brasil. A questão é que a janela tende a ser curtíssima”, afirma o executivo.
Fonte: Mobil