Jornalismo Automotivo 2023

por Valdo Cortiano

Jornalismo Automotivo
Ano 2023
APOSTILA

História e Cultura do Automóvel

PRIMEIRO SEMESTRE 2.023

1.     Carro é um produto multifuncional

Podemos olhar para o carro, antes de tudo, como um produto consumido por pessoas. No entanto, ele possui algumas singularidades, principalmente quando consideramos a dimensão multifuncional e experimental que permite ao usuário explorar seu uso e até criar novos.

Considerando essa perspectiva, o carro foi, desde sua criação, um produto que possibilitou a inovação no cotidiano social, sendo as possibilidades ampliadas ao longo do tempo juntamente com o uso e a expansão do consumo para uma maior variedade de grupos.

Inicialmente, o carro era restrito às classes mais ricas e usado apenas para o lazer, levando pessoas da cidade para o interior aos finais de semana.

 É só no início do século XX que o carro se torna mais acessível à classe média e que a má qualidade do transporte público ajuda a construir uma narrativa do automóvel como meio de transporte.

A ampliação das possibilidades sociais do carro para os deslocamentos diários atinge seu auge nas décadas de 1950 e 1960 na maioria dos países desenvolvidos confirmando o caráter multifuncional e experimental do carro. 

Nessa nova configuração, não apenas o carro ganhou novos usos como ele desencadeou a criação de diversos outros produtos e serviços para suportar suas necessidades: shoppings, cinemas ‘drive-in’, grandes centros de compra (supermercados e outros), restaurantes com drive thru, postos de gasolina, motéis e outras acomodações turísticas, e impulsionou o desenvolvimento imobiliário em áreas afastadas do centro.                                                                                                 

Se considerarmos o carro como um produto no qual o usuário foi aos poucos moldando sua vida social, nos aproximarmos da abrangência de atividades realizada no e pelo carro nos dias atuais, como: dormir, comer, trabalhar, fazer sexo, assistir a um filme, ouvir as notícias, se aquecer ou se refrescar, proteger-se da chuva, guardar objetos, ler, colocar o bebê pra dormir, tocar música em uma festa e assim por diante.

 Mais do que transportar pessoas, o carro foi sendo adaptado ao longo do tempo pela indústria automobilística para permitir essa nova diversidade de hábitos e atividades, numa interação social entre o design e os diferentes usuários. A possibilidade de expansão de usos é fundamental para entender o entusiasmo criado em torno do carro uma vez que, quanto mais atividades os usuários podem fazer com um produto, mais popular ele se torna

2. O significado social do carro

O carro carrega significados para além de sua representação inicial como produto, e que estão em constante mudança ao longo do tempo e dos contextos em que está inserido. Como descrito anteriormente, no início ele simbolizava o “brinquedo do homem rico”, sendo posteriormente representado como um veículo de transporte. Com a popularização do carro, vários significados diferentes emergiram dele, com identidades e papéis sociais atribuídos ao seu usuário.

É por isso que estudiosos, como John Urry, sugeriram que deveríamos “abandonar a idéia do carro como uma coisa, um simples objeto de produção e consumo, e considerá-lo como um sistema de práticas sociais e técnicas interligadas que reconfigurou a sociedade civil.

Essa construção social de significados que indica a posição de classe de um indivíduo através de seu carro foi amplamente estudada nos Estados Unidos. No país, na década de 1920, a única razão que impedia as pessoas de ter um carro era sua renda. A restrição de um automóvel novo entre famílias de baixa renda impulsionou o mercado de carros usados, no qual os proprietários foram encorajados a substituir seus veículos por um modelo mais caro e  com mais acessórios.

Num contexto de mercado saturado, onde a indústria automobilística teve que incentivar a substituição de modelos, passou-se a ressaltar a importância da aparência, design, beleza e inovação tecnológica, criando uma hierarquia de preços que refletia o valor do produto  Os proprietários de carros estavam cientes dessa diferenciação de valor, baseada em estética e acessórios, e na distinção social que lhes era atribuída.

Nas décadas seguintes, a posse de um carro se tornaria sinônimo de “boa vida” e status. Para a classe trabalhadora, ele passou a ser a ferramenta que lhes permitia ter lazer e escapar dos aspectos desumanizantes do seu dia-a-dia, sendo visto uma solução para certos problemas sociais.

Uma vez que o carro criava a liberdade de acessar qualquer lugar da cidade (e fora dela), ele permitia negar a segregação de classe, criando um sentimento de mobilidade social no qual seria possível melhorar seu status.

Quando problemas relacionados ao trânsito nas cidades, como congestionamento e falta de vagas, começaram a aumentar em muitas cidades, a resposta foi implementar políticas para acomodar o carro, mantendo o status quo do seu significado social.

A mudança simbólica aconteceria na década de 1960 com a constatação do automóvel como um grande problema social, revelado pelos movimentos ambientalistas e de consumo [9]. Ainda assim, com o surgimento de um novo padrão de consumo, que é seguido pela indústria automobilística, o carro passa a simbolizar um modo de vida. torna uma marca da identidade do indivíduo em meio a muitos tipos de modo de vida. 

3. Carro e a humanidade

Outro aspecto a ser debatido com relação à cultura do carro é a humanidade do automóvel, ou seja, o grau em que ele se tornou parte integrante do ambiente cultural dentro do qual nos vemos como humanos. Embora muitos estudos enfoquem em sublinhar as conseqüências negativas da relação homem-carro, poderíamos entender de maneira mais profunda o papel do carro na mediação do que nos define como seres humanos, uma vez que criamos o ambiente do carro como nosso próprio ambiente.

Confrontando a ideia do carro como a antítese da natureza, o estudioso Daniel Miller apontou para o fato que o ato de dirigir se tornou tão natural que sua prática diária não requer nenhuma mediação consciente  Ao dirigir, a conexão criada entre o carro e o humano vai além da dimensão mecânica e chega à psicológica e emocional. Um certo esquecimento do eu é possível quando o controle do automóvel se torna inconsciente, numa relação próxima entre movimento e emoção. “Parecia vivo sob minhas mãos, alguma criatura de metal criada pelo vento e pela velocidade … Corria como o vento. Eu corri como o vento. Foi como se eu me tornasse o carro, ou o carro se tornasse eu, e que era o que não importava mais” [11]. Nesse sentido, podemos considerar que, assim como o carro seria uma extensão de nós mesmos, definindo quem somos e nossa humanidade, também o carro poderia ser humanizado.

No espectro do carro definindo nossa individualidade, Daniel Miller ilustrou o estudo que ele realizou em Trinidad, onde ele “logo aprendeu que os indivíduos eram localizados mais frequentemente através do carro estacionado em frente a uma casa do que pelo número da casa

Através de personalizações internas e externas, as pessoas passaram a construir intimidade na relação homem-carro e reforçaram a importância dele como um elemento da sua identidade.

No outro espectro, a humanização do carro seria enfatizada nas práticas de cuidado de carro: lavagens frequentes de carros, pequenos reparos, ou mesmo normas sobre como fechar a porta do carro sem bater, mas também através da personificação: nomeação de veículos, criação de personagens de carros em filmes, atribuição de qualidades e sentimentos humanos.

Em ambos os cenários, há um investimento emocional na criação de afeto, de modo que o carro desempenha um papel importante na forma como nos vemos, como vemos o outro e em como nos relacionamos, estando integrado com a sua humanidade nas redes públicas de sociabilidade e também na nossa imaginação.

Ao considerar a intimidade e o afeto, fica mais claro até que ponto o carro e todas as suas externalidades, como trânsito, lesões, poluição, são realizadas na vida cotidiana das pessoas. Nos conflitos comuns dentro de um ambiente naturalizado, o carro representa uma ferramenta pessoal e única para lidar com a frustração e o fracasso do dirigir

É dentro deste pequeno e confinado mundo próprio chamado carro que as pessoas podem enfatizar sua humanidade através da experiência de dirigir. Segundo Daniel Miller, o elemento chave para entender a ambiguidade dentro da frustração e do refúgio seria a capacidade de um carro se desligar do mundo.

Aqui, a música desempenha um papel vital em criar dentro do carro “mais um espaço em casa que a própria casa”, tão confortável e privado quanto o sofá da sala de estar. Imersos em um ambiente feito para o carro e considerado como nosso próprio ambiente, o modo de expressar nossa humanidade, ou seja, existir e não existir, se dá através do carro.

As várias tentativas e perspectivas diferentes para explicar o entusiasmo, o afeto e a identificação dos seres humanos com carros revelam a complexidade que está enraizada nessa relação. Grande parte da literatura sobre a cultura do carro busca compreender a inserção social e cultural do automóvel em nossas sociedades como forma de superá-lo.

Tendo moldado profundamente nossos ambientes e vidas, a cultura automobilística traz preocupações e contradições que nos fazem imaginar como seria um mundo sem carros e refletir seriamente sobre uma transição para práticas mais sustentáveis.

 Dentro do estado da arte do automóvel, emergem dimensões ambivalentes em relação à consciência das questões ambientais de um lado, e os compromissos de um modo de vida do outro. O que está em jogo na persistência da cultura automobilística é o sentimento de “inevitabilidade do carro” aninhado nas práticas, reconhecimentos e emoções de nossa humanidade.

 No caminho para a fraqueza ou superação, enquadrar o carro como peça integrante da cultura humana é fundamental para entender essas significações e encorajar um uso mais racional que priorize e dê espaço também outras práticas.

A pista do crash test

Pista tem 110 metros, do ponto em que o carro está até a barreira

A pista da Volkswagen tem 110 metros de comprimento, desde o ponto de largada do carro até a barreira em que acontece o impacto.

Ela conta com seis câmeras de alta resolução, que depois são analisadas junto de outras duas, colocadas no interior do veículo. Segundo a Volkswagen, são gerados mil quadros por segundo para que nenhum detalhe escape.

Preparação do carro

Carro passa por várias etapas antes de ir à pista

Como dissemos no início do texto, para realizar o crash test não basta acelerar um carro remotamente e jogá-lo contra uma parede. O processo para cada modelo de veículo começa até 3 anos antes do lançamento no mercado, de maneira virtual. E esse é só o 1º passo.

Após os testes virtuais, o carro vai para o sled test, ou teste de trenó. Nessa fase, são avaliadas as consequências de um acidente de trânsito para os ocupantes, utilizando a carroceria de veículos.

Além de simular impactos frontais, laterais e traseiros, o teste verifica o comportamento de cintos de segurança, airbags, bancos, coluna de direção e painel de instrumentos.

“Passando por essas etapas, aí vai para o crash test. São fases para não pegar um protótipo de 1 milhão de reais e, se falhar, ter que começar tudo de novo”,  “Os airbags são expostos às variações climáticas dentro de 4 câmaras especiais, e há ainda dispositivos de tração para testes de resistência em carroceria dos pontos de ancoragem de cintos e bancos, amassamento de teto e porta, teste de tanque de combustível e para-choques”.                     

Carro recebe sensores e cabos antes do crash test

O carro também é equipado com centenas de sensores (assim como os dummies), tem os fluídos inflamáveis drenados e substituídos por água com corante (para identificar possíveis vazamentos) e, ao ir para a pista, é acoplado a um cabo de aço, preso à bandeja da suspensão, que o puxará até o local do impacto.

Preparação da barreira

Barreira deformável está pronta para o crash test

 A barreira e a pista também precisam de preparação especial antes de um crash teste ser realizado. “Usamos uma barreira deformável, que pode simular um poste, muro, traseira de caminhão”, exemplificou Morassi.                               

Preparação da “família” de dummies

Dummies recebem sensores e adesivos para marcar locais de impacto

    

Os dummies, ou bonecos, são mais importantes (e caros) do que você pode imaginar. E a compleição deles também é distinta.

“A gente trabalha com uma família de dummies, pois temos que nos preocupar com toda a gama da população. Temos perfil médio, feminino, crianças de até um ano e meio e acima de três anos. É importante varrer a gama toda, pois o corpo de cada um reage de maneiras diferentes”.

O executivo explicou que, após o teste, os locais de impacto são comparados com dados biomecânicos para determinar a gravidade de possíveis lesões. E até revelou que os bonecos são mandados para um check-up periodicamente em um “hospital”, ou melhor, um laboratório de calibração.

Cada dummy recebe centenas de sensores e custa até R$ 4 milhões

 O cuidado com a “família” não é à toa, já que cada dummy, dependendo do tamanho, custa entre R$ 1,5 milhão e R$ 4 milhões. Segundo Morassi, assim como o carro, os bonecos também são totalmente sensorizados e isso, claro, tem um custo alto.

O teste

Chegou a hora de descrever (e assistir) o crash test de um carro da Volkswagen. Os jornalistas foram encaminhados para um mezanino montado na parte final da pista, com visão lateral do ponto de impacto.

Foi necessário utilizar um óculos escuro, já que a iluminação do local, no momento do teste, tem potência similar à encontrada em estádios de futebol, mas em um espaço de 20m².

Desde o toque da sirene de alerta até a batida na barreira de proteção e o barulho ensurdecedor, não se passam mais do que 30 segundos. O processo de preparação envolvendo barreira, pista e ajustes finais no carro, no entanto, dura cerca de três semanas, no total.

O crash test padrão, ou seja, o que atende à legislação vigente, tem alguns quesitos a serem atendidos:

  1. O veículo precisa atingir 64 km/h até o momento do impacto;
  2. A área de impacto deve ficar entre 40% e 60% da parte dianteira do carro;
  3. O carro tem que estar com a ignição ligada;
  4. É necessário colocar 4 ocupantes (todos dummies) no carro.

Esses testes internos das montadoras, se tornam difíceis para os jornalistas pela questão da espionagem Industrial, e a confiabilidade entres as montadoras.

No curso o tema é abordados de forma técnica e como o jornalista tem acesso as informações de lançamentos dos Automóveis.

Marcas no capô demarcam área que será atingida na colisão

Os itens acima não foram listados por acaso. Segundo Morassi, os dois primeiros são justificados pelo fato de, na maioria das batidas, o motorista ter a tendência de frear e desviar o carro. Ou seja: a incidência de batidas acima dessa velocidade, e de atingir uma parcela maior do veículo, é bem menor.

Os pontos três e quatro também têm viés científico. A ignição do carro precisa ficar ligada para que o sistema todo funcione como se o carro estivesse em uma via pública; já a escolha por 4 bonecos no carro é para simular uma família com dois adultos e duas crianças.

O resultado do crash test

Diretor da VW confere os estragos após o crash test no carro (Imagem: Paulo Amaral/Canaltech)

Após a batida, os jornalistas desceram do mezanino para avaliar os estragos no carro e na barreira. De acordo com o diretor da Volkswagen, apesar de o carro ter ficado com a frente toda destruída, todos os ocupantes do carro teriam saído do acidente sem maiores problemas.

“Não tem nenhum líquido vermelho. Não houve vazamento de combustível. Tudo funcionou conforme projetado, as portas estão abrindo normalmente, o que é muito importante para facilitar eventuais remoções, e as pessoas sairiam sem a necessidade de resgate”, comemorou o executivo.

Frente do carro foi “feita para amassar”

 Segundo  a Volkswagen utiliza a plataforma MQB em seus carros, projetada para que a deformação ocorra na dianteira. “O carro é feito para deformar todo na frente, para que não haja danos no habitáculo e os ocupantes não tenham que absorver o impacto”.

O passo final do tour foi comprovar, por meio dos dados coletados pelos sensores dos carros e dos dummies, se realmente o crash test do carro foi um sucesso. Para isso, os jornalistas tiveram acesso a um vídeo em câmera lenta do acidente e aos relatórios.

 

Técnica e dinâmica do automóvel

São três os sistemas básicos que compõem o automóvel: Sistema que Direciona, Sistema que Movimenta e Sistema que Freia


Sistema que o direciona

Nesta matéria vamos focar o sistema que o direciona, lembrando sempre o princípio básico da engenharia automobilística que é tornar os veículos mais seguros, fáceis de operar, confortáveis e com relação custo-benefício reduzida. Dinâmica em seu sentido mais amplo significa o estudo do movimento e dos esforços que o originam, posições, velocidades, acelerações, forças e momentos.

Podemos definir a dinâmica veicular em três básicas: a vertical que atua em função das irregularidades da pista, a longitudinal em resposta ao torque aplicado às rodas e a lateral como resultado da atuação no volante de direção.

A dinâmica vertical envolve a isolação das vibrações do chassis/carroceria e principalmente a manutenção do contacto dos pneus com o solo; a longitudinal traduz as variações de atitude do veículo durante as acelerações e desacelerações; e a lateral atua nas características de estabilidade direcional.

O princípio de um bom projeto de dinâmica veicular é aquele feito sem levar em consideração nenhum auxilio autônomo. Em outras palavras, o veículo deve ser seguro e fácil de dirigir em seu estado puro, sem contar com ABS, controle de estabilidade, controle de tração, etc. Todo este pacote vem somente complementá-lo, ou seja, são as cerejas de um bolo bem feito.

É fácil entender se o veículo foi bem projetado dinamicamente. Por exemplo, se o auxilio ABS de antitravamento das rodas acionar a todo o momento, prematuramente, é claro sinal que o sistema de freio não foi bem balanceado em seu estado puro. Da mesma forma, o sistema de controle de estabilidade agindo a todo instante mostra falha de projeto. Lembro-me do Mercedes classe A que em qualquer curvinha tinha seu controle de estabilidade direcional acionado, tirando o prazer de dirigir e mostrando ser um projeto marginal.

Mercedes A-160 em teste severo de desvio de obstáculos, sem o Controle Eletrônico de Estabilidade em operação

Um bom projeto se inicia na definição/escolha das dimensões e da distribuição de massa do veículo. Distância entre eixos, bitola dianteira, bitola traseira, altura do centro de gravidade e carga nas rodas, são de extrema importância para o comportamento dinâmico resultante.

Existe uma relação simples entre a bitola média e a altura do centro de gravidade, que indica o quão seguro é o veículo em termos de sensibilidade a capotagem. A bitola media deve ser maior que 2,4 vezes a altura do centro de gravidade vertical; quanto maior a distância entre eixos e quanto menor a altura do centro de gravidade, tanto menor é a transferência de carga para o eixo dianteiro em desacelerações e de maneira geral em outras manobras também.

Transferência de carga para o eixo dianteiro em frenagem

Quanto menor for a variação da força vertical nos pneus durante as provas dinâmicas, tanto melhor é o projeto. Este é um dos princípios básicos da Geometria de Ackermann.

Angulo de escorregamento é a diferença entre a direção que o pneu esta se movendo e a direção que ele esta apontando

Segundo Ackermann, faz com que as rodas interna e externa estercem diferentemente de forma a terem o mesmo centro de giro e não “briguem” entre si. Podemos afirmar que não existe geometria Ackermann perfeita onde o giro do veículo está no prolongamento da linha de centro do eixo traseiro. Esse prolongamento é obtido por meio de ângulo do braço de direção em relação à manga de eixo.

O comportamento dinâmico do veículo depende de seu balanceamento em termos de esforços solicitantes e limites de escorregamento.  Por exemplo, desvio de obstáculos em curvas, com ou sem aplicação dos freios, pode mostrar a tendência do veículo rodar na pista com escorregamento do eixo traseiro ou sair de frente, requerendo maior ângulo de esterço do volante da direção.

O comportamento de sair de traseira “oversteer”, ou sobre-esterço, é muito difícil de correção e deve ser arduamente estudado durante o desenvolvimento do veículo. Já o comportamento de sair de frente “understeer”, ou subesterço, é de muito mais fácil correção, bastando tirar o pé do acelerador e aumentar o ângulo de esterço do volante de direção. Normalmente os veículos são projetados levemente understeer para segurança e facilidade de dirigir.

Resumindo, em manobras de raio constante, a tendência é neutra quando não é necessário alterar o ângulo de esterçamento do volante de direção em função da velocidade do veículo. A tendência é subesterçante quando o ângulo de esterço aumenta proporcionalmente a medida que a velocidade aumenta, e a tendência é sobre-esterçante quando o ângulo de esterço diminui a medida que a velocidade aumenta.

As situações mais críticas para o motorista são de maneira geral nos desvios de obstáculos em simples e dupla mudança de faixa, onde o veículo deve manter as quatro rodas apoiadas no pavimento durante as manobras e sem apresentar reações bruscas, inesperadas, que possam comprometer a segurança. Desde que iniciei a minha carreira na  veicular, atenção especial sempre foi dada às manobras criticas de mudança de faixa, desviando de obstáculo, por exemplo. Sempre houve testes específicos e um dos mais representativos é a dupla mudança de faixa, onde o motorista desvia de um obstáculo em uma das faixas e também de outro obstáculo na outra faixa, retornando à primeira.

Manobra de dupla mudança de faixa em desvio de obstáculo

Particularmente a norma ISO 3888-2 — ISO de International  Organization for Standardization — normaliza este teste, que tem sido alvo de muitas polêmicas, pois a manobra depende muito da habilidade do condutor do veiculo. Tentativas de usar robôs no lugar do piloto tem sido objeto de discussão e estudos paralelos. A manobra de mudança de faixa dupla é tipicamente realizada em circuito fechado marcado com cones e é utilizada para ajustar a dinâmica de um veículo com base nas avaliações subjetivas de condutores profissionais. Consequentemente, a simulação desta manobra exige um modelo  que possa ajustar dinamicamente o volante de acordo com a trajetória do veículo e a resposta de velocidade de guinada em cada espaço de tempo da manobra.

Na entrada da pista o acelerador é aliviado totalmente de modo que toda a manobra é feita com a marcha mais longa engatada e regime do motor de, no mínimo, 2.000 rpm.  São medidas as velocidades de entrada e de saída do circuito. A velocidade de entrada tem como valor de referência 60 km/h. Se nenhum cone for derrubado durante a manobra o veículo passou na prova. Na realidade a prova é feita com velocidades crescentes do veículo até que seja subjetivamente aceito ou reprovado.

Outra versão da mudança de faixa dupla é o chamado “Teste do Alce”, similar à norma ISO 3888-2 e que ganhou este nome nos países nórdicos onde comumente estes animais atravessam as pistas, com sérios riscos de atropelamento (aqui os alces dão lugar a cães, gado bovino e gado equino). Este teste, realizado por entidades não governamentais, têm efeito comparativo entre os veículos avaliados por “especialistas” e acabou se tornando um teste passa-não passa, vinculado à mídia, deixando as indústrias automobilísticas de “cabelo em pé” pela imagem negativa que pode acontecer em função de inúmeros fatores, sempre discutíveis por sua parcela subjetiva.

Para a validação dos veículos em termos de capacidade dinâmica, em manobras evasivas, são necessários muitos testes em diferentes condições críticas de utilização, porém, de maneira geral, são muito parecidos entre os fabricantes de veículos, como é o caso dos desvios de obstáculos.

Teste dinâmico de dupla mudança de faixa, norma ISO 3888-2

Hoje em dia as simulações em computador indicam com muita confiança o comportamento dinâmico do veiculo em manobras evasivas e também em outras situações criticas, como frenagem em curvas, por exemplo. Importante ressaltar que os esforços dominantes são sempre aqueles originados no contacto do pneu com o pavimento. Os testes envolvendo os limites da dinâmica veicular são feitos praticamente em campos de provas com toda a segurança, por exemplo, com auxilio de apoios limitadores (outriggs ) para evitar capotagem durante as manobras críticas.

Ford F-350 em manobras evasivas com apoios de proteção anticapotagem instalados

 Para a validação do veículo em termos dinâmicos, eles devem cumprir testes específicos, com normas específicas, que podem variar entre os fabricantes, porém sempre muito parecidas entre elas, como é o caso dos desvios de obstáculos. Como curiosidade, a Ford mantém uma escola de pilotagem nos Estados Unidos que se utiliza de um equipamento externo ativo que ajuda a identificar se as manobras estão sendo bem feitas, com medições objetivas e controles de segurança para as manobras evasivas.

Veiculo Ford Escola com equipamento de medição e auxiliar em manobras, dedicado aos futuros pilotos de teste.

A segurança nunca é demais e todos os esforços devem ser despendidos para que o veículo seja um amigo;

Edição de Revista, Jornal, Site

Como é o processo de edição de um periódico

1. Briefing                                   

O briefing é fundamental para que o cliente nos passe as informações necessárias para o desenvolvimento do trabalho. Quanto mais informações obtiverem no briefing, mais preciso será o orçamento, mais fácil será o desenvolvimento e o sucesso do projeto fica garantido:

  • Histórico: breve relato do passado, presente e futuro da empresa e se houver, do veículo.
  • Objetivos: quais são os objetivos da publicação, ou seja, qual é a sua proposta editorial – comunicar o que, para quem, como, em qual circunstância.
  • Necessidades: quais os serviços que devemos prestar (coordenação gráfica, projeto gráfico, diagramação, produção de anúncios, tratamento de imagens, fechamento de arquivos, impressão).

Especificações técnicas: formato, tipo de papel, quantidade de cores, acabamentos, tiragem, periodicidade, forma de distribuição.

Modelos: no caso de revistas e informativos que já estejam circulando, precisamos receber algumas edições publicadas, tanto impressas como em PDF.

Atendimento

Procuramos sempre ouvir nossos clientes para entender suas necessidades e objetivos. É com base em um bom briefing que podemos oferecer a melhor solução gráfica, calcular o orçamento rapidamente e dar toda a assessoria técnica necessária.

Serviço opcional

 Assessoria ao cliente para definir as especificações técnicas da publicação. Considerando as características do processo de reprodução gráfica, a apresentação estética, o consumo e a distribuição, podemos estabelecer a melhor relação custo e benefício.

2. Projeto gráfico

O projeto gráfico é uma combinação da proposta editorial e da identidade visual da empresa ou entidade, buscando a melhor apresentação da forma e do conteúdo. Nesta etapa é definida a comunicação visual da publicação, estabelecendo os critérios do layout como capa, cabeçalho, rodapé, elementos visuais, tipologia, palheta de cores etc.

Para desenvolver um bom projeto editorial, além do briefing acima, precisamos receber:

  • Manual de Identidade Visual: ele é quem nos guiará com relação à aplicação de logotipos, seu conceito, diretrizes e contexto de aplicação. O manual também deve orientar sobre o uso de cores, elementos gráficos, fotos e ilustrações. 
  • Logotipos: precisamos receber todos os logotipos que deverão constar na publicação. Veja o item “Recebimento de imagens”.
  • Projeto editorial: este documento nos dará informações sobre as seções fixas, seções sazonais ou esporáricas, colunistas, pautas previstas, além de hierarquizar, no contexto geral da publicação e seus objetivos, quais as matérias de destaque. Geralmente o projeto editorial define a política editorial, a linguagem, o tipo de abordagem e o tom dos textos, ou seja, informações relevantes para definir a comunicação visual da publicação.
  • Pauta da primeira edição: além de contextualizar melhor a publicação, a pauta da primeira edição é importante para que o projeto gráfico seja mais preciso. Mesmo que os textos e imagens finais ainda não tenham sido produzidos, toda informação acrescenta e enriquece o projeto gráfico — chamadas, destaques, fotos, gráficos e outros elementos.

3. Template

Com o projeto gráfico aprovado, ou com base em edições anteriores da publicação, é preciso criar um template.

O template é uma publicação básica, feito no programa de editoração eletrônica Adobe InDesign, com todos os parâmetros que foram definidos no projeto gráfico e que servirão de base para a diagramação: formato, margens, cores, seções fixas, páginas mestras, cabeçalhos, estilos de texto, imagens e tabelas, etc

. Ele garante que todas as edições da publicação respeitem o projeto gráfico original.

No caso de publicações que já estão circulando, para facilitar a criação do template, é interessante receber:

  • Arquivos abertos ou template da última edição: se o cliente fornecer o template atual, faremos a adequação deste arquivo para que fique de acordo com os nossos padrões internos. Se fornecer os arquivos abertos da última edição, poderemos criar o template com todos os padrões da publicação. Os arquivos abertos necessários são: arquivo do Adobe InDesign (INDT, INDD ou IDML), fontes e imagens utilizadas (logotipos, elementos gráficos, ilustrações e fotos).
  • Arquivo PDF em alta resolução da última edição: com base no PDF, poderemos conferir as fontes utilizadas, formato, margens e criar o template. Se o PDF estiver em alta resolução, poderemos  também extrair os logotipos e outros elementos gráficos que serão republicados.

4. Cronograma

O cronograma de cada edição é definido de acordo com periodicidade da publicação e da necessidade de sua distribuição.

Na definição das datas, é preciso considerar o prazo de todas as etapas do processo:

  • Data de fechamento do departamento comercial;
  • Definição de pauta;
  • Cobertura de eventos;
  • Redação jornalística;
  • Entrega de imagens;
  • Diagramação e revisão;
  • Aprovação de provas de cor;
  • Impressão e acabamento;
  • Distribuição da publicação.

Confiabilidade

Trabalhamos com total transparência, priorizando a qualidade e o cumprimento exemplar de todos os prazos. Prezamos também pela confidencialidade dos projetos, desenvolvendo uma relação de confiança com nossos clientes.

Serviços opcionais

Podemos dar completa assessoria para a montagem do cronograma por edição, ou mesmo para o cronograma anual, agregando valor na divulgação do planejamento de pautas e facilitando o trabalho do departamento comercial na venda de anúncios ou espaços publicitários.

O Acará também pode fazer a coordenação editorial, se encarregando do planejamento e da interação das equipes internas e externas, garantindo a execução de todas as etapas dentro do cronograma estabelecido.

5. Espelho

O editor ou o jornalista responsável deverá fornecer um espelho da publicação. O espelho definirá a ordem das seções e matérias, especificando quais serão as páginas destinadas para o editorial e as páginas de publicidade.

É no espelho que o posicionamento dos anúncios é definido. Ele deve ser feito de modo a otimizar a diagramação das seções e matérias, seguindo o critério estabelecido pelo cliente e sua comissão editorial.

Além disso, o posicionamento deve também respeitar os acordos comerciais estabelecidos pelo departamento comercial da publicação.

 

Exemplo de espelho de um informativo com 16 páginas

Serviço opcional

Caso necessário, poderá assessorar o cliente na elaboração do espelho. Para isso, além da pauta com o planejamento das matérias, o cliente deverá fornecer a listagem de anunciantes de cada edição, com definição de formatos e possíveis acordos de posicionamento de anúncios.

6. Recepção de anúncios

Todos os anúncios deverão ser entregues prontos. O Acará oferecerá o suporte técnico necessário para o departamento comercial da empresa para a definição dos requisitos dos arquivos a serem utilizados na revista. 

Os materiais recebidos serão conferidos para evitarmos problemas no fechamento dos arquivos ou mesmo na impressão dos materiais. Conferimos o formato, a resolução do arquivo, padrão de cores, margens e sangrias. Quando o anúncio não possuir condições de reprodução, o cliente será notificado para substituição do arquivo e receberá orientações para a sua correção.

Serviço opcional

Caso o cliente necessite, o Acará também pode produzir os anúncios, criando uma tabela de preços especial, visando a viabilidade do negócio.

7. Recebimento de textos

Previamente, com base no projeto gráfico da publicação, o Acará pode fornecer uma estimativa de quantidade de texto para cada seção ou página da publicação. Essa informação dará parâmetros para o jornalista redigir as matérias e planejar o espelho.

Todo o material editorial da revista poderá ser enviado em uma única data de fechamento ou, se preferir, poderá ser enviado de acordo com o fechamento de cada seção. 

Os textos deverão vir pré-aprovados e organizados, com identificação da seção e dos elementos (título, olho, destaque, box, legendas etc). 

É interessante também que o nome do arquivo tenha um certo padrão para que seja facilmente identificado. Se o nome ainda identificar a revisão do texto, fica mais fácil rastrear o histórico e garantir que a diagramação seja assertiva.

Caso alguma matéria venha com estouro de texto, o jornalista será informado. Nesse caso, pode-se optar por cortar os textos, diminuir o tamanho ocupado por imagens ou usar outros recursos na diagramação para fazer a adequação. Mas é importante que todos os recursos sejam usados de modo a não desrespeitar o projeto gráfico e conseguir um resultado satisfatório em todos os quesitos.

Serviço opcional

O Acará pode fazer todo o serviço jornalístico, desde a definição de pautas, entrevistas, cobertura de eventos, redação, até a revisão.

8. Recebimento de imagens

Todas as imagens fornecidas serão conferidas e o cliente será avisado caso exista alguma imagem sem as condições mínimas de reprodução. Essa etapa é fundamental para que haja tempo hábil para providenciar novas imagens, evitando problemas na diagramação ou no fechamento de arquivos.

Da mesma forma que os textos, é interessante que todas as imagens venham identificadas com o nome da seção e/ou da matéria.

O cliente ou jornalista responsável também deverá especificar quais as imagens que deverão ter destaque, identificando qual será a foto de abertura da matéria e hierarquizando todas as outras fotos. Dessa maneira, o diagramador poderá fazer a aplicação das imagens corretamente, sabendo antecipadamente quais são as imagens essenciais e quais podem ser eliminadas caso haja falta de espaço.

Arquivos vetoriais

Para logotipos e ilustrações a traço é preferível que o arquivo seja vetorial, pois geralmente o seu tamanho é menor, a visualização nas provas é melhor e além disso, pode ser ampliado sem restrições.

 .EPS

  • Arquivo postscript vetorial, produzido a partir do Corel Draw ou do Adobe Illustrator

.CDR

  • Arquivo do software Corel Draw. Neste caso, todas os textos devem ser transformados para curvas para não haver problemas com fontes

.AI

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Ética e relacionamento com as montadoras  

Cobertura Jornalista

O jornalismo vale-se dos conflitos, da diversidade de idéias, da variedade de opiniões, da multiplicidade de interesses e da complexidade das relações humanas, atributos protagonizados pelas fontes jornalísticas e percebidos pelo público pela notoriedade, surpresa, utilidade, dramaticidade, pelo suspense, conhecimento e inusitado.

Pois as “interações do jornalista com a fonte envolvem conflitos e acordos inevitáveis, porque a interlocução é viva, interessada” (CHAPARRO, 2001, p. 43). As fontes empresariais e institucionais, principalmente, primam pela precisão técnica, pelo rigor dos dados, pela narrativa unilateral e evitam notícias sobre discussões em curso. Segundo Christofoletti (2008, p. 48), “a fonte acredita que sua versão não será distorcida ou pervertida.

O profissional crê que as falas de seu entrevistado estão próximas do que efetivamente ocorreu” e torna público o momento transitório para que a sociedade interfira no debate. No afã de fazer revelações de impacto, a mídia atropela alguns limites, em nome de um suposto interesse público, que ela mesma estabelece. Sobrepõe direitos, imagem e reputação, sem resguardar a idoneidade das organizações, ainda que “a liberdade de imprensa e o dever de informação do público não autorizam tudo” (CORNU, 1999, p. 83).

 Por conta disso, as fontes assumem uma posição de cautela e tentam reagir. As suas reações podem parecer equivocadas, surpreendendo o processo tradicional de apuração, como ocorreu no Blog da Petrobras (2009), Fatos e Dados, ao postar as perguntas dos repórteres e as respostas da estatal, antes da veiculação pela imprensa, o que se considerou “vazamento” de informações obtidas pelos jornalistas e quebra de confiabilidade. Essa estratégia foi inicialmente adotada em 2002, nos Estados Unidos (EUA), em que o Ministério da Defesa publicava todas as entrevistas importantes do secretário Donald Rumsfeld no blog DefenseLink.

Antes da veiculação na imprensa (GILLMOR, 2005, p. 78). A ética de lado a lado Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 23, p. 171-182, julho/dezembro 2010. 172 As fontes defendem a liberdade de expressão e de imprensa, mas ainda não assimilam nem aprenderam a conviver com o jornalismo crítico e investigativo. Cornu (1999) lembra que os jornalistas desempenham um papel cívico, mas nem sempre as investigações são transparentes perante o público, tampouco para as fontes

. Os jornalistas utilizam um recurso de linguagem, notadamente o futuro do pretérito, como condicional – suposto, envolvido –, para indicar incerteza, se proteger e expor pessoas. O público assimila essa suposição como fato consumado. Em geral, as fontes reclamam que os repórteres deturpam as suas declarações e os fatos, que pinçam frases fora do contexto. Os jornalistas defendem-se alegando subordinação a um regime de pressa, de corrida contra tempo e espaço, o que os faz incorrer em erros e distorções, raramente premeditados. Argumentam, a exemplo da Folha de S. Paulo (2010, p. 14), que este é “o preço a pagar para que a sociedade possa usufruir um valioso patrimônio público, a livre circulação de informações e ideias”.

OS DIREITOS DAS FONTES

Inspirado no código de relacionamento das fontes com a mídia do Centro Nacional de Vítimas da Imprensa, com sede em Forth Worh, no Texas, EUA, o Instituto Gutenberg (1995) realizou uma pesquisa com 149 fontes de notícias no Brasil, entre banqueiros, empresários, administradores de empresa, comerciantes e profissionais liberais, que se acham no direito de recusar uma entrevista (94%), escolher um porta-voz (85%), indicar a hora e o local da entrevista (93%), recusar um determinado repórter (79%), desistir da entrevista marcada (55%) e decidir não ser fotografado (90%).

A referida pesquisa revela ainda que as fontes se rogam o direito de não responder questões que acharem impróprias ou desrespeitosas (81%), conhecer a pauta com antecedência (90%), mudar suas declarações (52%), ler suas declarações antes da publicação (86%), obter retificação (97%), processar por injúria, calúnia ou difamação (95%), expulsar jornalista por invasão de ambiente privado (92%), conhecer a identidade de quem o acusa (89%) e omitir os fatos (65%).

 Mas, em geral, os jornalistas não aceitam as condições das fontes, sendo que 93% nunca ou raramente concordam que vetem as perguntas antes da entrevista ou escolham o entrevistador; 83% não admitem a revisão do conteúdo antes de publicar, de acordo com Barber e Damas (2010), que pesquisaram durante quatro anos os dilemas éticos dos jornalistas de Madri.

 A qualidade jornalística depende igualmente das fontes, quando fornecem informações personalizadas, corretas, precisas e de fácil entendimento.

 Duarte e Fonseca Júnior (2010) apontam, por outro lado, os erros mais comuns das fontes: KARAM, Francisco José; SCHMITZ, Aldo Antonio Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 23, p. 171-182 julho/dezembro 2010. 173 querer ser notícia sempre, desconhecer a forma de atuação da imprensa, agendar eventos ou entrevista em horários incompatíveis com a produção jornalística, ser prolixo, conduzir a entrevista para assuntos irrelevantes, ser subjetivo, deixar perguntas sem respostas, demorar no retorno ao jornalista e pedir para ler o texto.

O DIREITO DE RESPOSTA

Mesmo quando a fonte se esmera e os erros persistem, ela pode exigir a retificação. Aliás, a revisão de uma informação incorreta configura-se em regra elementar do trabalho jornalístico. “A notícia pode ser desmentida, corrigida, completada… por pessoas implicadas, peritos, testemunhas, colegas” (CORNU, 1999, p. 84), porque as suas bases de certeza e a pretensão à verdade são frágeis.

Afinal, não há veículo nem jornalista que não erra; os sérios e rigorosos distinguem-se dos outros ao reconhecerem os erros. Alguns veículos reservam um espaço para as correções, explicitando o equívoco cometido, e admitem o direito de resposta.

No Brasil, com a revogação da Lei de Imprensa pelo Supremo Tribunal Federal em 2009, as pessoas e organizações envolvidas ou mencionadas injustamente em matérias jornalísticas podem recorrer à legislação do Código Civil (2002), enquanto não se aprova o projeto da nova lei de imprensa, em tramitação desde 1995 no Congresso Nacional, que regulamenta, entre outros, o direito de resposta e o sigilo de fonte, cujo texto preliminar mantém praticamente os mesmos vícios e inconsistências da extinta lei.

A retificação está relacionada indiretamente ao direito de resposta. Indireta, porque não se vincula à verdade, mas à defesa de quem se sente atingido, ou seja, “o direito de alguém apresentar a sua própria versão dos fatos” (CORNU, 1999, p. 85). Dessa forma, o direito e a deontologia colidem. Raramente um jornalista perde um processo judicial, beneficiado pela presunção da convicção, lentidão da justiça e sua rápida prescrição.

Quando a fonte ganha ou perde, torna-se antipática perante a categoria jornalística, e a publicação da sentença nunca é redigida nem editada seguindo as técnicas do jornalismo, mas num linguajar jurídico enfadonho para o público, agravado pelo retorno ao tema desagradável à fonte, e nada resolve junto à opinião pública nem restaura a sua credibilidade, sendo condenada ao ostracismo.

Portanto, há “dúvidas sobre a eficácia de qualquer direito de resposta” (NOGUEIRA, 1999, p. 43). 4 SIGILO DE FONTE A ética de lado a lado Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 23, p. 171-182, julho/dezembro 2010. 174 A regra básica da informação está na citação explícita da fonte, e o jornalista deve, primeiro, convencer o interlocutor a assumir o que diz. “Se esse esforço for inútil, a fonte pode obter a garantia do sigilo, mas sob a condição da confirmação das informações fornecidas” (CORNU, 1999, p. 87). Por isso, para O Globo, “informação não confirmada não merece publicação” (GARCIA, 1996, p. 88), enquanto para O Estado de S. Paulo, se “o informante é da mais absoluta confiança”, publica-se (MARTINS, 1997, p. 23).

O sigilo protege explicitamente a fonte, ou seja, “o jornalista que recebe informações a título de confidencial é autorizado pela deontologia a servir-se delas, desde que se não revele a sua origem” (CORNU, 1999, p. 86). Várias questões éticas envolvem a relação de jornalistas com as fontes sigilosas. O repórter deve proteger a identidade do informante? Até onde vai essa proteção? Como saber quando fontes inescrupulosas usam o sigilo para difamar, caluniar e espalhar boatos? Será que os repórteres utilizam o recurso de fontes sigilosas para dar suas próprias opiniões? Enfim, “é direito do jornalista resguardar o sigilo de fonte”, contempla o código de ética dos jornalistas brasileiros (FENAJ, 2008). No Brasil, não há norma jurídica que imponha a quebra do sigilo.

 Ampara-se na Constituição Federal (BRASIL, 2010), que resguarda “o sigilo de fonte, quando necessário ao exercício da profissão” (artigo 5º, inciso XIV). Entende-se que o jornalista, ao omitir a fonte, assume o que foi revelado por ela, respondendo civil e criminalmente. Outra questão delicada é a relação de amizade e afetiva entre jornalistas e fontes, que pode provocar conflito de interesse. “Jornalista deve ser uma pessoa de poucos amigos”, aconselha Noblat (2006, p. 126).

 O Globo considera o excesso de intimidade entre seus profissionais e as fontes uma armadilha: “passa-se com facilidade, sem perceber, da cordialidade para a cumplicidade” (GARCIA, 1996, p. 11). Igualmente, a Folha de S. Paulo (2010, p. 28) recomenda “não alimentar uma excessiva intimidade com suas fontes”.

Ao contrário da esfera pública, que, além de ser do conhecimento de todos, pode-se divulgar sem autorização. Mesmo que esses três círculos sejam claros na teoria, torna-se complexa a sua delimitação na prática, variando conforme as pessoas e as circunstâncias. Em geral, os entendimentos de vida íntima e pública são consensuais. Mas quanto à privacidade, há opiniões, não consenso. Para alguns, quem se expõe em lugar público perde a privacidade; para outros, mesmo as aparições públicas são privadas, quando não ficar caracterizado um fato notório de interesse ou interferência pública. O Globo concebe que “cidadãos que têm vida pública perdem, por isso, pelo menos parte do direito à privacidade” (GARCIA, 1996, p. 86).

Na hora de obter as informações, os procedimentos considerados ilícitos que geram maior conflito são: usar disfarce ou se identificar com outra profissão e não a de jornalista, utilizar microfone ou câmara oculta, gravar sem avisar e entrar em ambientes privados sem autorização. Para 42% dos jornalistas madrilenos podem-se usar excepcionalmente estes recursos, sendo que 5% aprovam e 53% reprovam, conforme Barber e Damas (2010, p. 79-80), ao verificar que “todos reconhecem ser um assunto muito delicado, mas que, em caso de denúncia pública, os fins justificam os meios”.

 Em geral, os veículos não admitem forjar documentos para a realização de reportagens, embora aprovem a falsa identidade. “Eventualmente, os profissionais serão autorizados a recorrer a situação ou nomes fictícios, desde que o artifício se destine à comprovação de ato ilícito” (ZERO HORA, 1994, p. 16).

O jornalista, investido de mediador, credencia-se “a estar onde o público não pode estar, e por isso pode obter as informações de que esse público (supostamente) necessita”, observa Moretzsohn (2007, p. 146), lembrando que, pelo acesso ser obstruído, “o jornalista se acha no direito de utilizar outros procedimentos que não os convencionais para alcançar a informação, sempre aludindo ao argumento de que está agindo no interesse da sociedade” (2007, p. 146).

As fontes queixam-se das perguntas impertinentes. “Repórteres, meu senhor, são pessoas que perguntam”, frase atribuída ao repórter Acácio Ramos, por Dantas (1997, p. 9), e que “serviu de resposta a um figurão irritado com a insistência do repórter em perguntar”. Noblat (2006, p. 71) lembra que “não há perguntas inconvenientes. Pode haver respostas inconvenientes”.

Trata-se de um processo elementar da entrevista jornalística, para “que a fonte diga mais do que estaria espontaneamente disposta a revelar” (CORNU, 1999, p. 273). Afinal, segundo Bucci (2000, p. 42), jornalismo é em si mesmo a realização de uma ética e não consiste em publicar ou não o que os outros A ética de lado a lado Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 23, p. 171-182, julho/dezembro 2010. 176 querem esconder e, muitas vezes, “é descobrir segredos que não se quer divulgar”.

Estas questões estão relacionadas ao exercício da independência dos jornalistas e da confrontação de ideias. “É que sem confronto não há notícia, e a maioria das fontes e entrevistados não entende isso” (BARBEIRO, 2008, p. 32). Se o repórter é um “ser que pergunta”, a fonte, um “ser que dá respostas”. E “pode responder mentindo, omitindo, dissimulando, com raiva ou irritação, pode mesmo esquivar-se com um ‘nada a declarar’, que, entretanto será sempre uma resposta” (MORETZSOHN, 2007, p. 137). É da função do jornalista duvidar das respostas, o que pode variar conforme o tipo de fonte. Por exemplo, 27% dos jornalistas confiam nas respostas dos empresários, sendo que a confiança nos cientistas aumenta para 93%, já nos políticos cai para 11% e nos dirigentes esportivos para 8% (BARBER, DAMAS, 2010). Busca-se, portanto, a fonte de qualidade, “aquela que acumula reputação, credibilidade e sensibilidade para o interesse público”, idealiza Barbeiro (2008, p. 27).

À BEIRA DA PROMISCUIDADE Max Weber (2004, p. 47), embora discordasse e reconhecesse a importância da profissão, observava em 1919 que “o jornalista pertence a uma espécie de párias que a sociedade julga a partir de seus representantes mais indecorosos”. Desse ângulo, percebe-se que o relacionamento dos jornalistas com as fontes é marcado por algumas promiscuidades, acentuadas no jornalismo de economia e negócios, pelas suas relações com o poder econômico.

 Aliás, esse intercurso sucede-se desde os primórdios, quando o jornalista Ivy Lee começou a orientar empresários americanos no relacionamento com a imprensa, no início do século XX, fazendo o “jogo sujo. Sujou o jornalismo com o emprego duplo, a propina, os favores, os almoços, os brindes, as viagens” (CHAPARRO, 2001,

 As arrogâncias e chantagens encontram-se em ambos os lados. A começar pela demonstração de poder da profissão, em que alguns jornalistas utilizam o expediente do “carteiraço”, como forma de obter vantagens pessoais, intimidar ou ameaçar as fontes, que se inquietam pela empáfia onisciente, a força de seus questionamentos, a informação a qualquer preço e o poder de tornar público a versão imprevisível de um fato ou evento.

 Das fontes vertem perfídias na ânsia de plantar notícias, releases mentirosos, querer somente divulgação favorável, barrar notícias, dar respostas evasivas, retaliar com corte de verba publicitária, esconder-se dos fatos como avestruz etc. (BARBEIRO, 2008; BUENO, 2005). KARAM, Francisco José; SCHMITZ, Aldo Antonio Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 23, p. 171-182 julho/dezembro 2010. 177 Para dissolver essas inconveniências, ocorrem os assédios. Kucinski (2005) aponta uma série de práticas que depõem contra a ética no jornalismo, entre elas a aquisição de automóveis diretamente das montadoras.

Aliás, os jornalistas que cobrem este setor recebem viagens, estadias e carros para testar por um longo período e, ao final das provas, podem adquirir o veículo por um preço bem abaixo da tabela. Às vezes, as viagens não são para as fábricas, mas para destinos turísticos onde sabidamente não está a indústria que convida. Nessas viagens as mordomias incluem passagens, estadias, almoços e jantares, passeios, brindes e agrados de todo tipo. Em geral, os meios de comunicação aceitam o custeio de viagens para acompanhar autoridades e fazer coberturas especiais.

 Alguns, como a Folha de S. Paulo (2010, p. 42), informam “que o jornalista teve suas despesas pagas pelo patrocinador”. Outros mimos são os brindes, presentes, descontos especiais, bem como ingressos para shows, peças de teatro e jogos esportivos concedidos a jornalistas para o seu entretenimento. Duarte e Fonseca Júnior (2010, p. 355) indicam cuidados: “a oferta de brindes pode ser simpática, mas as circunstâncias devem ser analisadas”, e recomendam oferecer “algo da própria empresa, que não possa sugerir tentativa de cooptação”

. O jornal Zero Hora (1994, p. 14) recomenda que seus jornalistas paguem suas despesas, “desde que não configure um gesto deselegante ou resulte em constrangimento para quem formulou o convite”. Os prêmios reconhecem e estimulam a excelência dos trabalhos jornalísticos. Mas Christofoletti (2008, p. 112) questiona: “é certo fazer reportagens sobre determinados assuntos apenas para disputar prêmios de jornalismo?” Afinal, proliferam os prêmios que excitam “exatamente os jornalistas jovens mais ambiciosos a escreverem sobre os temas de interesse dos grandes grupos econômicos e frequentemente sobre a ótica desses grupos”, alerta Kucinski (1996, p. 180), que considera isso uma das formas sutis de cooptar jornalistas.

 “Esses prêmios são fortes indutores da pauta jornalística e determinam a ocupação dos espaços a partir de interesses de empresários” (KUCINSKI, 2005, p. 60). Mas, segundo os veículos, como o jornal Zero Hora (1994, p. 19), “os prêmios devem ser mera consequência da qualidade do trabalho”.

 Os anunciantes e patrocinadores influenciam nos conteúdos editoriais, embora possam obter destaque pelo mérito de valor de notícia que portam. A propaganda submete o jornalismo às suas imposições, “obrigando-o a relativizar seu compromisso com a verdade e com o interesse público”, destaca Marshall (2003, p.115).

No entanto, os veículos sérios não atrelam o conteúdo editorial ao investimento publicitário. Mas, a pesquisa de Barber e Damas (2010), entre jornalistas de Madri, revela que para 87,5% a propaganda e o patrocínio têm bastante ou muita influência na editoria de economia, A ética de lado a lado Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 23, p. 171-182, julho/dezembro 2010. 178 sendo que o percentual reduz para 55% na editoria de geral.

Do ponto de visa ético, considera-se condenável a prática do duplo emprego, trabalhando simultaneamente na imprensa e para outros tipos de organizações. Embora banido da grande imprensa, ainda persiste, como vestígio da extinta Lei de Imprensa (1967) e da regulamentação da profissão de jornalista (lei 972, de 1969), que admitem o acúmulo de emprego, acatado e defendido pelos jornalistas brasileiros. Mas para 66% dos jornalistas de Madri, segundo Barber e Damas (2010), isso é incompatível com a atividade nas redações. Alguns veículos, a exemplo de Zero Hora (1994), proíbem seus jornalistas de manter vínculo empregatício fora da empresa, e a Folha de S. Paulo (2010) admite, desde que em atividades acadêmicas, culturais e voluntárias

. O pagamento a jornalistas ou aos veículos para publicar notícias favoráveis configura-se uma prática inadmissível, conhecida como “jabaculê” ou “jabá”, que tem raiz histórica no “jeton”, subsídio financeiro para a cobertura de eventos pelos repórteres, a quem eram fornecidas informações, como forma de cooptação, “quer pela exclusividade do acesso, quer por favores e privilégios que, de forma mais ou menos explícita.

SEGUNDO SEMESTRE DO CURSO 2023

O carro no rádio e na televisão no jornalismo

TV Aberta:

Como funções estratégicas da TV Aberta estão:

– Cria status para marcas (sobretudo para as poucas conhecidas).

– Indicado para campanhas que exigem grande cobertura geográfica (exemplo DF como um todo), ou mesmo grande cobertura demográfica (necessidade de alcançar grande número de pessoas).

– Bastante dirigido para vendas em massa, como exemplo marcas de produtos comestíveis por atacadistas; rede de farmácias; vendas em e-Commerce; lojas de calçados ou roupas com filiais e outros.

– Muito utilizado para lançamento de campanhas, lojas, produtos em um amplo mercado.

São Pontos Positivos da Tv Aberta:

– Pode mexer com o sensorial do telespectador, uma vez que viabiliza envolver os 5 sentidos por meio das possibilidades de linguagem visual, efeitos sonoros e trilhas. Praticamente “sentimos” o gosto e o frescor de uma Coca-Cola derramada no copo, ou o “sabor” ao ver uma batata Ruffles, quando a fotografia e direção é bem conduzida, não é mesmo?

– A Tv Aberta permite segmentação geográfica do comercial apenas para a região de interesse, programando anúncios localmente, mesmo sendo em um programa nacional.

– Ao avaliar audiência, penetração, qualificação e perfil de programas e veículos, é possível dirigir sua comunicação de acordo com o público-alvo: faixa-etária (programas juvenis ou adultos), classe-social (de linha editorial voltado para diferentes culturas), sexo (grande participação de público masculino ou feminino), nível escolar (ex: legendados, populares), alcançando uma segmentação demográfica.

                

Pontos Negativos, na Tv Aberta:

Como tudo nessa vida tem dois lados, assim o é na Tv Aberta:

– Uma única inserção não tem absorção. Há a necessidade de repetição e mesmo de continuidade para provocar recall (lembrança) e assimilação da mensagem.

– Você precisará passar o recado inteiro, em um curto tempo. Dessa forma, a objetividade é fundamental, o que é corretamente alcançado por profissionais de publicidade e propaganda, que também para isso estudaram.

– Não é barato veicular em Tv. Nem é baixo o custo de produção para Tv. O que exige o uso deste Meio apenas quando a mensagem for para massa de público (muitos consumidores).. – Se você precisar falar apenas com alguns bairros, definitivamente a Tv Aberta será uma mídia cara, e não indicada, pois a cobertura de seu anúncio será nacional, regional ou local (representando a cidade e entorno).

Tv por Assinatura:

Já a Tv paga, possui como Características e Funções Estratégicas:

– É elitizada, pois requer pagamento de assinatura mensal, bem como fragmentado, no sentido de ser consumido por apenas parcela da população. Praticamente não alcança a classe C, e não alcança as classes D e E.

– A Audiência e Penetração são bem mais baixas que da Tv Aberta, visto que há um enorme cardápio de veículos e de programas.

Demostra status à marca ou produto anunciados.

– Alcança o telespectador num momento em que ele está “aberto”, relaxado, não “brigando” ao comunicar, com fatores sensoriais, tais como pressa, preocupação e outros.

– É possível compreender qual é a qualificação de audiência do programa, bem como identificar o índice de afinidade, direcionando a comunicação à um público elitizado, e com cultura bem identificada pela linha editorial de cada programa.

– Possui menor dispersão que a Tv Aberta, junto ao público jovem, mas aconselha-se fortemente o uso de CrossMedia e de TransMedia, pois esses estarão possivelmente com outro dispositivo (celular, laptop) nas mãos, ao assistir ao Meio Tv Fechada/Paga.

– Se bem feito, o comercial poderá alcançar grande impacto visual e emocional, pois estará em breaks comerciais de programas com essas características que são comuns a este Meio.

– Deve ser utilizado como Meio Complementar, pela dificuldade que terá em termos de audiência e penetração.

– Geralmente o custo por inserção é mais baixo do que o da Tv. Aberta.

– Há pouca informação quanto à audiência. É sabido o número de assinantes, o que não identifica qual seria por programa.

    

Quanto aos formatos, tanto na Tv Aberta, quanto na Tv por Assinatura:

Aqui pode estar o “Pulo do Gato”: A escolha do formato ideal, de acordo com a verba e a capacidade de produção.

– Os formatos, em secundagem (segundos, ou ” ) mais comuns são de 5″, 15″ , 30″ 45″ e 60″. Ou seja, no break comercial. E quanto mais longo o comercial, mais caro, claro.

5″ são as chamadas Vinhetas: De abertura, de passagem, ou de encerramento nos programas.

15″ , 30″ 45″ e 60″ são os chamados Comerciais nos breaks (intervalo comercial entre 2 blocos de programas). Geralmente 15″ representa 60% do valor daqueles de 30″, e assim por diante.

– Há ainda a possibilidade de Merchandising (aparição da logomarca ou produto quase que de maneira subjetiva), Merchandising Tie-in (parte do programa), como exemplo em novelas, em que o personagem entra num determinado modelo de carro e mostra-se sutilmente a marca;

 Ação de Merchandising em que o produto é anunciado pelo apresentador, ou mesmo cliente, como exemplo em programas de auditório; Patrocínios ou Apoios com aparição antes, durante e após o programa, bem como com a citação do patrocínio como exemplo em futebol, corrida de Fórmula 1, Copa do Mundo, Olimpíadas e outros. Em todos esses casos, a negociação é feita a partir dos chamados Projetos Especiais, e há o envolvimento dos diretores dos programas, pois não se pode interferir de maneira a ferir o olhar do diretor.

Quais são, então, os Pontos Positivos de programar mídia em Rádio?

– É uma mídia bastante barata, se comparada com a Tv.

– Está presente em mais de 90% dos lares do Brasil.

– No Meio rádio você atinge diferentes públicos, de acordo com o horário, e a programação (notícia, brega, pop, nacional, internacional, romântico, esporte, clássico, jovem, voltado ao feminino, ao masculino e outros). Podendo canalizar sua mensagem de acordo com a classe social, escolaridade, faixa etária e outros.

– Pode ser facilmente programada, bem como rapidamente produzido seu conteúdo, se necessário, indo ao ar no mesmo dia da decisão.

– E é maleável, por exemplo, com uma troca de material de última hora, ou mesmo de horário de veiculação.

Pode utilizar os locutores como os mensageiros da comunicação da empresa, o que pode ser gravado para o break comercial, ou mesmo como merchandising.

– Pode-se alcançar o público-alvo em diversas situações: no carro, em casa, no trabalho, e ainda por meio de aplicativos de celular (Apps das emissoras), e ainda pelo aparelho portátil de rádio. Muitas pessoas vêem, no rádio, um “companheiro”.

– É também possível, assim como na Tv, mexer com os sentidos. A qualidade de produção sonora, o que inclui trilhas, locução indicada para o objetivo e sonoplastia irão envolver mais, ou menos, o ouvinte. E este pode ser provocado, inclusive com estímulos que envolvam a capacidade imaginativa.

É uma mídia inclusiva e democrática. É possível alcançar um potencial consumidor que não possui qualquer instrução, por exemplo, o que é mais difícil em mídias seletivas.

FORMAÇÃO DO JORNALISTA AUTOMOTIVO

Após o período de 12 meses, os alunos que obtiverem média 07 serão convocados para os testes finais para receber o certificado. Os testes serão na pista (Autódromo) no qual o aluno irá testar os automóveis.

Os testes serão sorteados somente no dia (Vestibular) e após o aluno terá que realizar um matéria jornalista automotiva utilizando toda a parte técnica que aprendeu durante o curso. A nota desta matéria será considerada para a formação do aluno para receber o certificado.

Ary Cortiano
Jornalista ABJ 4208

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