Apesar dos alertas sobre a disputa acirrada que o Brasil enfrentará no mercado internacional de hidrogênio, feitos pelo assessor internacional da Secretaria de Relações Institucionais, Danilo Zimbres, o país demonstra intensa dedicação em estabelecer a melhor estrutura para que o insumo participe do setor industrial e movimente a economia tanto interna quanto externamente.
Após o estabelecimento do marco do hidrogênio, o Senado também aprovou o Projeto de Lei nº 3027/2024, que estabelece um programa de incentivos fiscais para o hidrogênio de baixo carbono. Com R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais, o programa oferecerá até 100% de crédito fiscal sobre a diferença entre o preço estimado do hidrogênio verde e o preço dos combustíveis fósseis que ele substituirá. Com esse impulso, o mercado nacional de hidrogênio tende a crescer, uma perspectiva que se alinha à opinião do líder do governo no Senado, Jaques Wagner, que acredita que o hidrogênio verde precisa ser pensado para a industrialização do país. “Óbvio que uma parte será exportada, mas a gente tem que aproveitar para fazer energia limpa e fazer a indústria em um modelo novo”, defende o político.
As previsões nesse sentido são favoráveis, uma vez que, segundo a diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, o país possui US$ 40 bilhões em projetos de hidrogênio verde voltados ao conceito de powershoring – uma estratégia corporativa de descentralização da produção para países que produzem energia limpa. Além disso, o Brasil conta com onze projetos de hidrogênio verde com pedidos relacionados a conexão à rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN). Juntos, eles somam uma capacidade instalada de 45 GW até o ano de 2038 e atualmente estão no estágio de análise de viabilidade.
Com tantas propostas, é imprescindível movimentar o mercado de trabalho com a ocupação e a qualificação de bons profissionais. Segundo pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a demanda por hidrogênio verde irá mobilizar a formação de quase 3 mil técnicos e trabalhadores qualificados a cada ano para a expansão desse mercado. Cerca de metade dos especialistas que participaram do levantamento afirma que a necessidade por trabalhadores técnicos especializados será para áreas como, instalação, manutenção e renovação de sistemas.
