Em janeiro passado, um grupo de vencedores da Indy 500 — que também são atuais pilotos da IndyCar — se reuniram para um jantar no famoso St. Elmo Steak House no centro de Indianápolis. O atual campeão Josef Newgarden estava lá, assim como Alexander Rossi, Scott Dixon e Marcus Ericsson. O presidente da IndyCar, Jay Frye, estava presente junto com o presidente do Indianapolis Motor Speedway, Doug Boles. O grupo se reuniu para falar sobre novos desenvolvimentos interessantes em relação à temporada de 2024, e qual lugar melhor para fazer isso? St. Elmo tem uma especialidade que o torna diferente de qualquer outro ponto badalado do planeta.
O jornalista AJ Baime e o fotógrafo Jeff Marini, da revista Road & Track, nos levam numa viagem incrível à um lugar dos sonhos para qualquer automobilista.
O lugar serve um coquetel de camarão mundialmente famoso. Mas não é disso que se trata. A verdadeira especialidade de St. Elmo é o fato de que, por mais de 100 anos, tem sido o clube de fato para pilotos da Indy, executivos da série IndyCar e suas equipes, e os poderosos da própria organização Brickyard — qualquer um que seja alguém no cenário de corrida americano.
“É o lugar para ver os pilotos, donos de equipes, liderança da IMS, celebridades e fãs na cidade para um grande evento”, diz Craig Huse, dono do restaurante com seu pai e irmão.
“Se as paredes pudessem falar…” acrescenta Tim Cindric, presidente da Team Penske e pai do atual piloto da NASCAR Austin Cindric. Ele não está brincando: as paredes estão lotadas de retratos de heróis de corrida que foram frequentadores, de AJ e Mario a veteranos de antes da fotografia colorida.
Os proprietários Craig e Steve Huse com a especialidade da casa. St. Elmo pesca mais de 48.600 libras de camarão anualmente.
Vamos começar com o aperitivo: o camarão. “A primeira vez que fui a Indy”, relembra Jimmie Johnson, quatro vezes vencedor da Brickyard 400, “tivemos que ir. E meu rosto foi frito pelo molho de coquetel. Eu ainda volto todo ano.”
O canal de gastronomia do YouTube Insider Food o chamou de “o coquetel de camarão mais picante da América”. O St. Elmo serve mais de 48.600 libras de camarão anualmente — o equivalente ao peso de quase 13 novos Ford Mustang EcoBoost Fastbacks. A cozinha produz mais de 3.800 galões de molho todos os anos, o suficiente para encher uma piscina na qual você poderia bater um carro de corrida Indy.
O mural da fama de St. Elmo está cheio de pilotos de corrida. Lyn St. James (centro) foi a primeira estreante feminina do ano da Indy 500 em 1992.
“Estou convencido de que 70 por cento das pessoas não gostam disso”, diz o vencedor da pole da Indy 500, James “Hinch” Hinchcliffe. “Eles estão todos chorando, com o nariz escorrendo, tentando beber o máximo de água que podem enquanto fingem um sorriso. Mas você simplesmente tem que ter isso!”
A popularidade do crustáceo cresceu ao longo das décadas, assim como seu preço. Um coquetel de camarão St. Elmo custava 30 centavos em 1947. Subiu para US$ 3,95 em 1976. Hoje, custa US$ 19,95 e é o único aperitivo do menu — sem incluir saladas. Experimente o Chopped BLT com queijo azul (US$ 14).
Se você já correu no Brickyard, há uma boa chance de que esse cara tenha lhe trazido uma bebida.
Se você já correu no Brickyard, há uma boa chance de que esse cara tenha lhe trazido uma bebida.
Mas não é isso que faz as pessoas voltarem. O prato principal é a clientela. Como St. Elmo se tornou o lugar para os principais pilotos de corrida verem e serem vistos? “Gostamos de pensar que o Indianapolis Motor Speedway e St. Elmo são sinônimos de Indy”, diz Huse, cujo restaurante foi fundado em 1902. “St. Elmo teve uma vantagem de nove anos na Indianápolis 500. E as duas organizações icônicas estão intimamente ligadas desde então.”
Ajuda que, por muitos anos, tenha sido o único lugar bom no centro da cidade. E que a conversa pode ficar tão picante quanto o béarnaise (US$ 5). “Sou cliente desde 1965”, diz Mario Andretti, relembrando seu ano de estreia em Indy. “Este era o lugar para ir. E ainda é hoje. Você sempre acaba lá. Não há outro lugar em que alguém pense. Muitas coisas boas aconteceram lá. E, claro, memórias do camarão. Você pode exagerar, e isso vai te matar!”
O número de neon faz referência ao endereço de St. Elmo, 127 South Illinois Street.
O número de neon faz referência ao endereço de St. Elmo, 127 South Illinois Street.
“A primeira vez que estive lá, eu estava de olho, esperançoso de ver um dos meus heróis”, lembra Johnson. Agora ele se tornou um dos heróis, e jovens armas vêm para ver gente como ele.
“Os pilotos são competitivos”, Hinch acrescenta, “então, quando um cara vai lá, todo mundo tem que participar. É ótimo ver as fotos antigas dos pilotos de antigamente, e tenho certeza de que isso ajuda a alimentar o desejo de cada geração de continuar voltando.”
Para quem tem problemas intestinais: fontes confiáveis dizem que você pode pedir um molho de coquetel menos picante.
Para quem tem problemas intestinais: fontes confiáveis dizem que você pode pedir um molho de coquetel menos picante.
Se puder, reserve a sala na adega, onde mais de 12.000 garrafas estão envelhecendo. A mais cara: Château Lafite Rothschild de 1902 (US$ 8.500). “Chamamos a sala de vinhos de sala da Máfia”, diz Cindric. “Há tantas boas lembranças lá, tanto de corridas quanto de um lado pessoal.”
Se você for a St. Elmo em maio, provavelmente verá Roger Penske dando as caras. Ou seu motorista atual favorito mastigando um USDA Prime Tom-A-Hawk Ribeye ($ 150). Aqui vai uma dica para os fracos: “Espero não ser chamado por dizer isso”, diz Johnson, “mas descobri que eles têm uma opção menos picante para o molho de coquetel que você tem que pedir”.